quarta-feira, 25 de maio de 2011

Minha maior perda

Me lembro de quando criança, desde quando me entendo por gente (talvez lá pelos 4 ou 5 anos de idade), as vezes o pai e a mãe falarem: "Vamos lá no nonô?". Era uma alegria só. Chegavamos lá e tinha aquele monte de gente bacana (os tios, na época vários deles ainda morando lá), e eles brincavam com a gente, faziam-me rir, eram o maior barato. E tinha um casal de senhores, que todos chamavam de "O nonô e a nona", e com o tempo aprendi que eles eram "os pais do meu pai" e também de toda aquele gente bacana que fazia a gente se divertir demais. Para mim, a imagem dos meus avôs paternos sempre foi associada com algo extraórdinario, acima do comum. E com o tempo, vamos crescendo e entendendo cada vez mais a história, a caminhada da família e percebendo mais ainda o quão grandioso eles sempre foram. Vamos entendendo sua força para moldar o estilo de todos, tanto pela herança genética como pelos ensinamentos. Mas nesse momento quero falar individualmente da figura do "nonô". Sim, este sim, um grande herói, quase um Deus para mim. Não conseguia dizer não para ele. Era impossível. E não me lembro de ter um dia ficado brabo com ele, ou ele comigo. Tinhamos a imagem do avô brincalhão, parecendo uma criança como a gente. Nos últimos anos, porém, com o meu amadurecimento, pude ter a felicidade de ter conversas mais sérias, introspectivas com ele, e perceber o quanto éramos parecidos em vários pontos, não tendo dúvidas quanto a herança genética que passou para o meu pai e do meu pai para mim. Mas este herói, depois de duras batalhas e várias vitórias, foi se enfraquecendo, e, depois de tanto lutar, nos deixou. Nunca mais o veremos em sua forma física, porém sua imagem espiritual ficará eternamente guardada em nossas memórias e em nossos corações. Talvez um dia a gente se veja novamente, vai saber. Até que esse dia chegue, descanse em paz, Antônio Orlandi, nosso eterno Nonô.

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